terça-feira, 26 de maio de 2009

No baú

Engraçado como tenho mantido minhas coisinhas em um baú, como um tesouro, com uma tranca e enterrado bem fundo. Talvez, além de sete palmos. Coisinhas que digo, coisinhas daquelas que se sentem, não das que podem ser tocadas; e que não necessariamente são, mas somente para alguns, como segredos.
Então. Você vive sua vida e deixa o baú lá, enterrado, e evita ficar mexendo, ou ao menos pensando nele. É um momento que você não precisa dele, faça com que ele continue ali. Embora seja assim, por mais que se tente, aos poucos pequenas coisas fazem com que você o desenterre, nem que seja pra olhar se está tudo no lugar. Não sei se medo, se saudade, se medo de perder ou esquecer... Mas você pega, e abre e faz uso de tudo aquilo.
Como uma "coisa que se sente" pra alguns, eles pedem pra você jogar fora; ou que use no seu dia-a-dia, melhor do que manter enterrado. Como um "quase segredo" pra outros, pouco importa, mas você carrega o fardo de ter que ficar com ele ali.
(Parênteses aqui, porque nessas horas eu me pergunto como pessoas conseguem conviver com segredos durante uma vida toda, sem enlouquecerem por isso).
O difícil é tomar a decisão de fazer uso das coisas guardadas no baú, ou reenterrá-las. Por vezes não se quer; por outras, não se consegue. Nesse ponto que aparecem as coisas e pessoas que te fazem tomar a decisão, mesmo que só para o momento, só por enquanto; mesmo sem saberem que estão te ajudando a fazer isso.
Bem... Eu sei que o peso de se livrar de um segredo não deve ser esquecido. Seria menos um fardo a carregar, um caminho a seguir. Mas hoje as pessoas e as partes do meu dia me mostraram que por enquanto o meu bauzinho vai ficar ali quietinho. Não jogar fora, nem usar mais agora. Apenas guardei as coisinhas, tranquei, e estou decidida, sabe-se lá até quando.
Reenterrei.

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