terça-feira, 26 de maio de 2009

Amor próprio

Amor- próprio


Decidi que preferia ouvir a chuva e ver a água escorrendo pelo vidro da janela a cumprir as tarefas que há muito ficaram anotadas na última folha do caderno. Até tentava, mas não conseguia. Arranquei a folha de papel, amassei e joguei em um canto. Agora, mesmo sem chuva, minha concentração não queria mais voltar. Talvez cansaço, talvez falta de paciência; e a folha continuava amassada.
Minha segunda decisão foi a de que isso não podia ficar assim. Então, quis alguém ao meu lado quando menos me sentia segura, quando mais quis que me impulsionassem pra não perder o foco; e eu chamei. Nessa hora em que se valoriza alguém e ele não dá importância, nós percebemos que não precisamos dessa... indiferença. Quando se sente pouco importante no meio de outras coisas, você sente raiva quando se olha no espelho. Isso bastou para que eu decidisse ficar só, e desamassasse minhas tarefas. Eu decidi não esperar tanto dos outros; seguir sozinha.
Agora a chuva não pára, mas também não faz com que eu me distraia. Nós nos afogamos em deveres para não ficar olhando para a cicatriz que fica cada vez em que isso acontece. E eu falo isso por mim.

É um pouco do que eu chamo de amor-próprio.

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