terça-feira, 29 de março de 2011


Pedra Bruta


O discípulo conhece o Mestre.
Naquele momento o discípulo nada mais é do que uma pedra bruta a ser lapidada.
Perdido e tentando se encontrar, o Mestre tem o papel de desvendar o aluno.
Desmontar pedaço por pedaço. Procurar por danos reparáveis. Outros, que podem ser escondidos.
O aluno é denso, o mestre leve como uma pluma.
O mestre descobre todas as fraquezas e medos do discípulo. Então começa a trabalhar.
Quando o discípulo sente-se pronto, ele pode virar as costas para o Mestre.
Não por traição, mas porque ele é aquele que faz o, agora mestre, lembrar-se de todas as suas fraquezas. E ninguém gosta de ficar relembrando as derrotas ou de quem um dia já foi.
Procurar um novo mestre pode fazer com que a pessoa tenha novas percepções, corrija outros defeitos e trabalhe com maior segurança.
Porém o olhar do antigo Mestre. Aquele olhar penetrante nunca irá de assustar o sempre discípulo, que por mais poderoso que possa ter se tornado, sabe quem conhece todas as suas feridas. O valente homem nunca deixou de ser aquela pequenina criança que se escondia debaixo da cama.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pelo comentario...Beijos a todos!